domingo, 21 de setembro de 2014

Participação "Especial" - TERESA VASCONCELOS



VENTURA TERRA  na Madeira


Parte I : Chegada ao Funchal


Miguel Ventura Terra e António Joaquim Terra




A  10 de fevereiro de 1913 aportava no Cais do Funchal, vindo de Lisboa o navio inglês "Ambroze".A bordo trazia o arquiteto Miguel Ventura Terra. Acompanhava-o seu irmão António Joaquim Terra. O conceituado arquiteto acedia assim ao convite da Câmara e da Junta Geral do Funchal vindo à ilha para cumprir a missão de realizar um Plano de Melhoramentos para a cidade . Incumbido de o convidar ficou o seu amigo dos tempos de estudo em Paris, Dr 
Francisco Correia Herédia, mais conhecido por visconde da Ribeira Brava . Amizade e contactos fortalecidos agora que ambos frequentavam e se cruzavam em Lisboa ,pois o visconde era um dos deputados madeirenses na capital portuguesa. Já Ventura Terra fora eleito em 1908, para a primeira vereação totalmente republicana da  Câmara de Lisboa.
Naquela época de inícios de novecentos o Funchal continuava com características de uma cidade medieval . Ventura Terra durante a sua visita à cidade pode constatar que era " ...bastante confusa, com ruas horrivelmente calcetadas , muito irregulares e acidentadas...). Desde o seu povoamento iniciado por volta de 1420, o Funchal desenvolveu-se de forma espontânea, sem grandes planos urbanísticos mantendo praticamente as mesmas características urbanísticas até inicio do século XX. O arquiteto lamentou, ainda , que sendo a Madeira uma das " das mais belas regiões do mundo, a sua cidade não aproveitasse os esplêndidos pontos de observação de que poderia tirar 
partido." Durante esta visita à Madeira Ventura Terra contactou com o engenheiro Adriano Augusto Trigo, então diretor das Obras Públicas da Junta Geral do Funchal. O próprio arquiteto afirmou que se baseara numa proposta da autoria daquele engenheiro para o porto do Funchal. No entanto Ventura Terra foi mais além tendo proposto uma Avenida Marginal que teria uma largura de 50 metros e abrangeria toda a frente mar em contacto com a baixa da cidade normalizando, deste modo, a irregularidade da costa.



                                             Teresa Vasconcelos
                                                          07.set.2014



                                                                                             1



Dr Francisco Correia Herédia






Engenheiro Adriano Augusto Trigo











Agradeço à  Teresa Vasconcelos autora do livro " O PLANO VENTURA TERRA e a Modernização do Funchal (1ª metade século XX) que tão gentilmente acedeu ao pedido de participação neste blogue.Esta é a parte I.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

1919 Ano da morte do Mestre



Muito se tem especulado sobre a morte de Miguel Ventura Terra de sua certidão de nascimento Miguel Boaventura Terra nascido a 14 de Julho de 1866/falecido 30 Abril de 1919
Uns associam a sua morte a uma lampreia "mal amanhada",outros a envenenamento.Com os dados que temos a história que parece mais real á a da Fini (sobrinha do arquiteto) que diz:

Fini_O tio Ventura era "um bom garfo", sofria de gota que é o ácido úrico em excesso,e....naquele tempo morria-se disso.

Nesse ano escreve ao amigo de uma vida o escultor António Teixeira Lopes:

18 -4-919
Meu querido amigo
Tenho estado tão doente que não posso de modo algum responder à sua carta, espero poder fazer d`entro d´alguns dias e oxalá assim seja.
Sou carinhosamente dedicado

VenturaTerra










Morte prematura esta de Miguel Ventura Terra que não completou os 54 anos.Fica uma vida e uma obra para a história e investigação.




domingo, 21 de julho de 2013

1916/1917/1918

        Em 1916 ainda não foram encontrados registos de actividade a Ventura Terra,surge 1917 onde faz parte de do júri para atribuição do prémio Valmor como representante do Conselho de Arte e Arqueologia.

1918/Com a colaboração de José Teixeira Lopes,irmão do escultor António Teixeira Lopes executa o ante-projeto para a Caixa Filial do Banco de Portugal
Caixa Filial do Banco de Portugal/Equipamento Comercial e Serviços Avenida da Liberdade ,Rua da Fábrica e Rua do Almada Porto
Neste ano também compra uns terrenos em muito boas condições em Palhavã,Lisboa



sábado, 14 de julho de 2012

1915/Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho

Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho

Equipamento escolar/escola secundária...Escola Maria Pia 1884/1906,Liceu Maria Pia 1906/1919,Liceu Central de Garret 1919/1926 Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho1926/1974 ,Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho

Começou a erguer-se 1915/1921 1ªfase 1930 2ªfase ,foi inaugurada 1934
Rua Rodrigo da Fonseca Lisboa
Cliente Comissão datada 1913:Miguel Ventura Terra ,Sebastião da Costa Sacadura Cabral,Caetano José Pinto,Alberto Óscar dos Santos Machado, Diogo Albino de Sá Vargas

Como sempre a obra nasce do entusiasmo destes homens que viraram o século XIX e iniciaram o XX, COMO SEMPRE A FALTA DE VERBA FOI ARRASTANDO A OBRA, que durou 18 anos já Ventura Terra havia falecido sendo seu continuador o arquitecto António Couto.
Este edifício tem área de 12650 metros quadrados,23 salas,reitoria,secretaria,refeitório,cozinha,livraria,consultório médico,ginásio,balneários e espaços para associações escolares.
Esta é figura de Maria Amália Vaz de Carvalho,escritora, poli grafa e poetisa, autora de contos e poesia, fez ensaios e biografias, jornalista e crítica literária

Maria Amália foi a primeira mulher a ingressar na Academia de Ciências de Lisboa eleita em 13 de Junho de 1912


sábado, 28 de abril de 2012

Maternidade Alfredo da Costa/Ventura Terra 1914

Maternidade Alfredo da CostaFalam os "entendidos que a Maternidade Alfredo da Costa tem os dias contados, com todos seus quês e porquês em nome da modernidade passará à história.
Menos condições?Menos nascimentos?Menos serviços?Hospital monovalente?Hospitais vizinhos nasceram com" produtos" semelhantes (mas nada que se lhe compare),vindo os mesmos de decisões desenfreadas para ocupar a malta,decisões de quem pode não de quem sabe...
Nesta maternidade todos os serviços prestados à mulher são completos ,o equipamento é o mais moderno ,os recursos humanos  os melhores e  mais especializados, tão bem funcionou tudo nos últimos 80 anos, porquê...a toda a pressa acabar com a maternidade?Se por exemplo no Porto passaram os serviços da maternidade do Hospital de Santo António para a maternidade Júlio Dinis?
Será mesmo que as mono valências, estão a prazo?Ou será um conceito de moda?É que a moda chega a tudo, ainda mais numa sociedade que já se habituou acatar a opinião dos que com algumas provas dadas opinam e acreditam que percebem, é democrático e aceitavel quando o Snr "Y" fala, é muito credível então é lei.
Falam na transferencia da Maternidade Alfredo da Costa no momento em que as condições forem todas criadas para a transferencia total dos recursos humanos e equipamento para quando o novo Hospital estiver concluídopergunto que interesses estão por detrás de tudo isto?

Este edificio é da autoria do maior arquiteto do seu tempo Miguel Ventura Terra e está situado numa das mais nobres zonas urbanas de Lisboa.


O objectivo deste blogue é a divulgação e defesa da obra arquitectónica deste icon da arquitectura "Miguel Ventura Terra" , ligando a personagem aos  amigos e colegas de trabalhos, os homens da republica, homens dos sonhos que partilharam a geração do seu tempo direccionando as suas vidas para o progresso e o futuro.
  Se os serviços da maternidade saírem deste edifício, no que respeita aos objectivos do blogue temos entre outros dois problemas prementes a resolver.

1-Como fica a identidade da maternidade?
2-Que destino terá o edifício que tem assinatura "Ventura Terra"?

1-A história vai apagar o esforço deste Grande homem que foi Alfredo da Costa, atribuir outro nome e anular completamente o esforço de todos os admiradores e seguidores que deram o melhor de si para tornar real esta tão protelada maternidade e escola de ensino?


2-No que respeita ao edifício vamos ter que tratar do assunto com todo o cuidado, temos nele a assinatura de "Miguel Ventura Terra"(1866/1919), como zelosos da sua obra vamos bater-nos com o destino a dar, a seu tempo falaremos.

Em 1775 ,após o terramoto de Lisboa seguido de incendio o Hospital de todos os Santos ficou destruido,sendo tranferidos os seus enfermos para o Colégio de Santo Antão, casa confiscada aos Jesuitas, que passou a designar-se por Hospital Real de S José.Existiam 9 enfermarias para senhoras ,1 delas foi destinada a grávidas e parturientes `a qual deram o nome de Santa Bárbara, posuia 42 camas era interior, comprida e estreita,mal ventilada e mal iluminada .Mais tarde a enfermaria de Santa Barbara mudou para um andar superior no mesmo edificio onde ganhou melhores condições e 55 camas.
Em 1906 era o diretor desta maternidade o Dr Alfredo da Costa que com grandes mestres deram a sua vida e saber pela luta da medicina das condições pela dignidade da mulher ministrando em aulas o seu saber. O Dr Alfredo da Costa dividia o consultório com o Dr Curry Cabral.
Alfredo da Costa sonhava com condições, com qualidade para as grávidas, batalhou e elaborou exaustivo relatório dirigido à Escola médico cirurgica,onde mencionava esta maternidade como um inferno sem condições para a mulher.
Ao fim de tantos anos de luta viu serem inscritas verbas no orçamento do estado, escolhido local, feito o ante projeto e o calculo verbas para a sua construção, 300 contos emprestados pela Caixa Geral de Depósitos amortizaveis em 30 anos.Infelizmente não se concretisou, a verba foi desviada para a construção de um Hospital de doenças venereas hoje Hospital de Santa Marta. Em 2 de Abril de 1910 morre o Professor Alfredo da Costa sem realizar o sonho.
Em 15 Maio 1910 os amigos e admiradores, homens da republica,formaram uma comissão de homenagem e de trabalho para a realização do sonho.
Essa Comissão deve-se ao empenho do Arquiteto Doutor Ventura Terra,Professor Doutor Augusto Monjardino e Professor Doutor Costa Sacadura, estes ultimos que seriam diretor e vice diretor da maternidade Alfredo da Costa.Ventura Terra fez o projeto e em 1914 estava formada a comissão para levantar o edifício sendo votada a verba de 250 contos.A guerra fez suspender a obra.Mais tarde o donativo de Pais Rovisco 1 500 contos e de seguida a doação especial de Oliveira Salazar, então ministro das finanças fez avançar a maternidade Alfredo da Costa que fez a sua inauguração em 31 Maio de 1932.
Décadas de luta, seria Silvestre da Motta sobrinho de Ventura Terra que acompanhou a obra.

 ESTES HOMENS DERAM HORAS DAS SUAS VIDAS POR UMA MATERNIDADE E POR UM NOME.
NÃO SE DISCUTE SE DEVEM OS HOSPITAIS SER MONO OU POLI,SÃO DIFÍCEIS OS ARGUMENTOS EM DISCUSSÃO ESTÁ O NOME QUE NUNCA A HISTÓRIA PODERÁ APAGAR





domingo, 14 de agosto de 2011

1913 VIAGEM À ILHA DA MADEIRA

VENTURA FOI CONVIDADO A VIAJAR ATÉ Á ILHA DA MADEIRA PARA EXECUTAR PLANO URBANÍSTO PARA A CIDADE DO FUNCHAL
Corria o ano de 1913, Ventura vivia os seus 46/47 anos e idade e estava viúvo.
Continuou o luto e O trabalho . 1913 é um ano com pouca visibilidade produtiva em termos de obra mas é também o início de um novo desafio a nível da arquitectura urbanistica.
Janeiro/Continua as suas funções como vereador da Camara de Lisboa.
13 Fevereiro/Conforma noticia do "Heraldoda Madeira", encontra-se nesta data no Funchal.
Miguel Ventura foi convidado a executar um plano urbanístico para melhoramento da cidade do Funchal.
Em entrevista a este jornal explicou que vinha contatar pessoalmente com as particularidades da Madeira, quer nas suas belezas quer nos seus problemas.
Achou a cidade muito confusa, horrivelmente calcetada, irregual e acidentada, completamente "destituida de requisitos que faziam a formosura e a comodidade dos sistemas de viação das cidades modernas".
Lamentou que a Madeira "uma das mais belas regiões do mundo", não aproveitasse o potencial turistico.
Organizou o trabalho da seguinte forma:
1-Recolha de elementos e opinião sobre obras em curso e respeitantes a abertura de mais espaços na baixa da cidade.
2-Pré-Plano
Fase 3-Entrega de Plano Geral de Melhoramentos, para executar a longo prazo "poderá ser d´aqui a uns cincoenta ou cem anos.
Ventura evocou a cidade de Lisboa...."tanto desperdicio e disparate se poderiam ter evitado se houvesse há vinte anos um plano de melhoramentos"
O Eng Adriano Augusto Trigo entregou a Terra todos os levantamentos efetuados.
Obteve uma Medalha Ouro na 10ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes. Apresentou os projetos do Palácio do Congresso Nacional para o Rio de Janeiro.
Registou "A Construção Moderna":
"O imponente e belo trabalho recente-se nas cores com que foi aguarelado e no seu fundo, da acção do tempo e do clima, pois parece ter sofrido a acção dos raios solares, que lhe sumiram os tons e amareleceram a parte clara.É sem contestação um grande trabalho artistico que confirma os creditos do nosso ilustre amigo,snr Ventura Terra, como um abalisado arquitecto nacional".(25 Maio 1913).
Solicita ao Ministério do Fomento o seu reingresso como arquitecto de 2ªclasse do quadro das obras Públicas.

sábado, 21 de maio de 2011

1912/Presidente Comissão Monumentos Nacionais

Corria o ano de 1912


29 Fevereiro - Solicita à 4ª Repartição a execução do seu projecto apresentado 3 Dezembro 1908 para alargamento da Rua do Arsenal através de um pórtico semelhante ao da Praça do Comércio, aberto nas fachadas dos prédios do lado norte dessa rua.


11 Abril - É nomeado com o Vereador Alberto Marques para Comissão Organizadora de Recepção Municipal à Missão Francesa liderada por Mascuraud, senador(1905/1926) criador do Comité Republicano do Comércio.


Ventura no seu dia a dia familiar,com a mulher Louise e duas sobrinhas



22 de Maio de 1912, morre sua mulher Louise Audigé, natural de Genebra.

Com a morte da mulher refugia-se em casa e só volta ás sessões da Câmara em Julho.



Carta a seu amigo Teixeira


"Meu querido Teixeira"


Obrigado pela sua carta e pelos seus pezames relativos ao falecimento da minha pobre Luisa, que de saudosas recordações e de lágrimas me traz a lembrança do nosso passado, que só agora depois de perder aquella santa creatura reconheço verdadeiramente o quanto era cheio de felicidade.




Julho -Como Presidente da Comissão dos Monumentos Nacionais da 1ª Circunscrição, vogal do Conselho de Arte Nacional é nomeado pelo Governo para proceder ao levantamento das obras prioritárias a efectuar nos monumentos nacionais, sem quaisquer subsídios ou apoios do Estado.


Escola de Belas Artes, Alfredo Terra em baixo bata cinza, o primo Gilberto Renda ao centro de pá com fato escuro


Gilberto Ventura Terra Renda, sobrinho e afilhado.Vai aperfeiçoar a pintura para Paris, com o subsidio do legado Valmor e o tio Ventura é seu fiador.


Oferece 100$00 para as instalações Sede da Sociedade dos Arquitectos Portugueses.

14 Novembro - Volta a falar na urgência de aprovação pela Câmara um Novo Mercado de peixe e agricula, pois os projectos já estão concluídos.



21 Novembro - Apresenta um programa para concurso de projecto de um palácio a ser construído no Parque Eduardo VII para exposição e eventos.




Casa Artur Prat

Atual Sede Ordem dos Engenheiros

Habitação Unifamiliar.

Avª António Augusto Aguiar nº3 D - Lisboa

Construtor/José de Passos Mesquita

Escultor/Artur Prat

Cantaria/Pardal Monteiro

Serralharia / Jacob Lopes da Silva

Instalação eléctrica / Csa Hermann

Menção Honrosa do Prémio Valmor

Edifício classificado como imóvel de interesse Publico pela portaria nº1/86, Diário da Republica série II de 3 de Janeiro.









Escola Primária de Salvaterra de Magos

Equipamento escolar.

Largo dos Combatentes / Salvaterra de Magos

Subscrição publica aberta pelo jornal "O Século"

Construída












Sem data esta ementa.As ementas nesta casa estavam com orientação de Louise, como esta faleceu a partir desta data não existem mais ementas nesta casa, esta poderá ser de 1912 ou não.Penso que as ementas acabam aqui.